portugal fintech report 2021

Portugal Fintech Report 2021: as barreiras para as fintech

O Portugal Fintech Report distingue todos os anos as 30 fintech portuguesas que se destacaram no panorama português e internacional.

Nesta 5ª edição do relatório, os primeiros lugares são ocupados pelos verticais “pagamentos e transferências”, “seguros” e “crédito”, sendo que 30% destas empresas foram estabelecidas em 2019.

O Portugal Fintech Report de 2021 destaca a abordagem aos investidores e aponta as principais dificuldades no ciclo de vendas e na procura por talento. Confira.

As barreiras apontadas no Portugal Fintech Report 2021

Cerca de metade das fintech portuguesas demora mais de meio ano a angariar capital, sendo as métricas das vendas (48%) e a capacidade para escalar o negócio (28%) os obstáculos mais referidos na abordagem aos investidores.

Por outro lado, como características positivas das empresas nacionais que desenvolvem tecnologia para o setor financeiro, os investidores apontam a capacidade de executar (33%), o talento (24%), a resolução de problemas (21%) e o mercado (19%).

Estes dados resultam de um inquérito realizado às 30 fintech portuguesas que mais se destacam no panorama nacional e internacional, tendo já angariado mais de 437 milhões de euros de investimento. Os mais atrativos são os segmentos da cibersegurança (60%), blockchain & criptomoedas (27%) e seguros (8%).

Considerando uma amostra de 11 empresas que angariaram capital estrangeiro, em média, perto de um terço (31%) do financiamento veio de investidores internacionais, mostram os dados revelados esta quinta-feira pela Associação Portugal Fintech. OS Estados Unidos (EUA) são a principal proveniência do investimento.

No Portugal Fintech Report 2021, são precisamente os investidores (56%) os agentes mais citados como “facilitadores”, seguidos das associações e dos aceleradores. Ninguém referiu o apoio parte do Governo português. Por outro lado, as maiores barreiras na área da regulação são a fragmentação das regras, o acesso a parceiros, a transparência, a disponibilidade de informação e o acesso a casos de estudo.

Lisboa (60%), Porto (20%), Aveiro (8%) e Braga (4%) concentram os hubs para as empresas deste género sediadas em Portugal. No estrangeiro, os outros países onde mais fintechs de origem portuguesa têm sede são França, Alemanha, EUA, Reino Unido e Países Baixos.

Segundo o retrato traçado na quinta edição deste relatório, que foi elaborado em parceria com a VISA, a sociedade de advogados Morais Leitão e a consultora Accenture, as maiores fintech portuguesas têm uma média de 30 funcionários, operando a esmagadora maioria (85%) no segmento empresarial (B2B).

Quais são as maiores dificuldades que enfrentam?

O ciclo de vendas é apontado por 43%, o que para um ecossistema em que predominam as empresas B2B é “particularmente elevado”, sublinham os autores. A busca pelo talento (37%) é o segundo aspeto mais referido, com os gestores a lamentarem sobretudo a escassez nas posições de engenharia.

“Embora Portugal seja um país com elevadas qualificações na área da tecnologia, tanto o trabalho remoto como o estabelecimento de hubs por parte de operadores de grande dimensão aumentaram a concorrência pela força de trabalho qualificada”, lê-se neste documento, em que dois em cada três inquiridos admitem que a quantidade de developers no país não é suficiente.

Portugal Fintech Report: quem se destaca no top 30?

Divididas em nove segmentos de atividade, o relatório apresenta o Top 30 das fintechs portuguesas, que é dominado pelo vertical de pagamentos e transferências (27%), seguido pelo segmento de seguros e de crédito, ambos com 17%. Quase 3em cada 10 foram fundadas no ano de 2019.

Quais as 30 maiores fintech portuguesas?

  • Pagamentos e transferências: Coverflex, Easypay, Fraudio, Ifthenpay, InvoiceXpress, Switch, Swood, YData.
  • Crédito: hAPi, Invisible Cloud, ParcelaJá, Raize e StudentFinance.
  • Blockchain & criptomoedas: Anchorage Digital, UTRUST e Velvet Formula.
  • Insurtech: Habit Analytics, Keep Warranty, Kooli, Lovys e Mudey.
  • Cibersegurança e regtech: Elucidate, Jscrambler, Loqr e Probely.
  • Finanças pessoais: Doutor Finanças
  • Imobiliário: Alfredo
  • Mercado de capitais e gestão de fortunas: nBanks
  • Financiamento alternativo: GoParity e Paylend.

O relatório reclama que há uma maior abertura dos operadores maduros para a inovação, através da associação às fintechs para acelerarem os seus processos de digitalização.

Além de identificar sete tendências para 2021, o relatório inclui ainda entrevistas sobre o ecossistema da inovação financeira em Portugal, com personalidades como Hélder Rosalino (Banco de Portugal), José Miguel Almeida (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) ou o ex-ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral (Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões).

Artigo adaptado de ECO.